domingo, 8 de fevereiro de 2009

Tindersticks: A não perder... obrigatório!

"Tindersticks were one of the most original and distinctive British acts of the '90s"
Os Tindersticks actuam, esta semana, no Teatro Micaelense. Nunca pensei, nem em sonhos, ser possível ver, em S.Miguel, uma das minhas bandas preferidas (quando os descobri em 1993, passou mesmo a ser a favorita durante vários anos). Surgiram nesse ano com o álbum "Tindersticks", um trabalho aplaudido por toda a Europa e com rasgados elogios no Reino Unido. Em 95 gravavam Tindersticks II, um registo aprofundado e com uma pequena orquestra. Portugal recebe, entretanto, pela primeira vez a banda de pé numa relação de culto que se mantém até hoje. O nosso país começou a ser uma paragem obrigatória.
Tindersticks/Isabella Rossellini


Em 97 lançam "Curtains"; levam ao extremo e (quase) perfeição o conceito aplicado nos trabalhos anteriores. A crítica rendeu-se por completo a um som melancólico, orquestrado, baseado na voz arrastada e inconfundível de Stuart Staples, sempre acompanhada pela banda base e por violinos, violoncelos entre outros. Um monumento musical com criticas estrondosas .
A partir daqui mudaram um pouco o rumo e apostaram num som mais pop e soul em "Simple Pleasure, mesmo assim, um excelente trabalho. Seguiram-se "Can our love...", Waiting for the Moon" e The Hungry Saw, este último editado em 2008. Pelo meio ficaram algumas bandas sonoras e compilações.
Sou suspeito, tal foi o gosto que desenvolvi por esta banda de Nottingham, Inglaterra . Mas a verdade é que há qualquer coisa mágica na voz e no som destes meninos. Um toque depressivo urbano, mas com muita melodia e qualidade. A fórmula esgotou-se um pouco, contudo, nos últimos três álbuns, existe ainda um punhado de boas canções.
Já tive o prazer de os ver duas vezes e de falar com eles em Lisboa (98). Uma das actuações foi memorável num Coliseu dos Recreios em Lisboa completamente esgotado.
Destaque ainda para os famosos duetos de Staples com vozes femininas, incluindo a sensual actriz Isabella Rossellini ( Marriage in Heaven.) entre outras divas.
Chegam a S.Miguel numa fase menos popular, sem a sua orquestra (suponho) e sem um dos cérebros (o multi-instrumentalista da banda e vocalista - poucas vezes- ) que abandonou o projecto recentemente. Todavia, é um concerto a não perder, intimista, melancólico, belo e delicado. Puro Zen! Espero! Quinta-feira no Teatro Micaelense.
Ouvir ao lado em Anatomia do Som

2 comentários:

Maria Brandão disse...

então até 5ª :)

A ilha dentro de mim disse...

Lembro-me bem dessa descoberta e dos efeitos que ela teve em ti. Há coisas que nunca mudam...