Nesta altura de eleições, com discursos previsíveis e outros do ramo da ficção científica, apetecia-me algo diferente, desconcertante, realista, acutilante e refinado.
Optei por comprar o primeiro volume do Livro de Crónicas (Já conhecia alguma da sua vertende cronista através da C. Social).
Excelente escolha; notável a forma como descreve a sociedade e as memórias. Mas o melhor mesmo, é a subtileza do seu humor. Prazer!
Concordo com esta opinião que encontrei algures:
“Sobre o Lobo Antunes já tudo foi dito. Ele escreve bem, é genial. É bom, tem feitio difícil. Fez isto e aquilo. Curou loucuras. Enlouqueceu. Escreveu isto, aquilo e mais aquilo. Devia, ou nem por isso, ter ganho o Nobel.Neste livro de pequenas crónicas ficamos abismados com o que consegue ver: reconhecemos estereótipos em “ Os meus Domingos”, vemos descritas com um humor refinado pequenas e grandes angústias, criticas subtis que atravessam todos os estratos sociais em Portugal nas últimas décadas. Muitas ficção, outras recordações, como “Retrato do Artista Enquanto Jovem” ou “As Pessoas Crescidas”... a diversidade aliada à brevidade arremessam sempre palavras com emoção e não escapa nem mesmo o leitor mais distraído."
PS – Lobo Antunes e Mário Crespo protagonizaram, este ano, na Sic Notícias a melhor entrevista que vi nos últimos anos. Uma lição de vida em todos os sentidos.
2 comentários:
O Lobo Antunes é genial,difícil...amargo.
Vi essa entrevista também. Como entrevista foi do melhor que vi até hoje.
P.S. Realmente neste tempo de campanha - uma pobreza franciscana - a gente tem de refugiar-se em alguma coisa superior.
Ele é realmente uma força das palavras e da literatura como a maioria apenas pode sonhar ser...
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